Jair Bolsonaro sabe ou acha que precisa sempre ter um inimigo visível para manter o moral da sua tropa.
Na saída de Mandetta, assestou as suas baterias contra Rodrigo Maia, mas esse não assumiu e a batalha não chegou a ocorrer. Foi logo superada pela saída de Moro.
Na saída deste, não conseguiu transforma-lo - de imediato - em seu inimigo. O contra-ataque desferido logo à tarde, reunindo todo seu Ministério foi um desastre, em termos estratégicos. Apenas a sua tropa mais fiel e radical, tornou o seu grande herói em traidor e inimigo.
Bolsonaro fiicou perdido, mas logo se recuperou. Definiu o novo inimigo: responde pelo nome de Alexandre de Moraes. A sua turba já se mobilizou pela rede social para o ataque buscando desconstruir a imagem dele, em função da contestação do ato de Bolsonaro.
O Ministro do STF, em decisão monocrática, barrou a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção geral da Polícia Federal, por desvio de finalidade.
O próprio Bolsonaro deu declarações públicas de que queria interferir na "minha Polícia Federal", para atender interesses pessoais e familiares. Valendo-se do que achar ser o seu direito soberano de designar qualquer dirigente dentro do Serviço Público Federal, nomeou um delegado, tido e respeitado como competente, mas notório amigo de seus filhos, fazendo parte da "turma da Barra".
Contrariando as ponderações da sua área jurídica, determinou a apresentação de recurso, com uma declaração autoritária "aqui quem manda sou eu", mesmo sob risco de sofrer ampla derrota na turma ou no pleno do STF e ameça não cumprir a decisão judicial, insistindo na nomeação de Alexandre Ramagem, para a direção geral da "sua" Polícia Federal.
Não aceita que dentro do Governo existam órgãos de Estado, com autonomia e independência assegurada em lei. Para ele todos são subordinados a ele, o Presidente da República - legitimamente eleito - e devem seguir o que manda. Se não seguirem estariam sujeitos às penas por indisciplina. Aliás, indisciplina é especialidade dele, desde os anos setenta do século passado: obedece ou "cai fora". Até inventou novas categorias: "independência não é sinônimo de soberania".
Para ele o único soberano do País é ele, o "Rei Bolsonaro I"
Falta ou faltou alguém lembrar que descumprimento de ordem judicial é cominada como crime de responsabilidade do Presidente e motivo para o seu afastamento do cargo.
Ele está sempre preocupado em não repetir o erro de Dilma Rousseff, mas corre o risco de incorrer em outro.
Já está sob risco com o inquérito aberto pelo Procurador Geral da República, prontamente autorizado pelo Ministro do STF, Celso de Mello, que é um dos passos iniciais para o processo de impeachment.
Como sempre, recuou mas não desistiu.
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