sexta-feira, 8 de maio de 2020

Um verdadeiro líder?

Jair Bolsonaro é um líder, audacioso, com iniciativa levando os seus apoiadores a seguirem-no cegamente e outros por negociação ou intimidação. Ontem um grupo de empresários foi ao Planalto para cobrar o apoio concreto dele a Paulo Guedes não apenas no discurso. Bolsonaro fez mais um "passa moleque": mandou o seu líder na Câmara, Major Vitor Hugo, dizer aos deputados que apoiava a retirada do congelamento dos salários dos funcionários públicos, diversas categorias que compõe a sua base de apoio popular e político, contrariando a posição e a negociação de Paulo Guedes, com o Congresso. Tomou uma "bola nas costas" e convocou o "mercado" para se contrapor à corporação dos servidores. 
O "mercado" foi buscar lã e saiu tosquiado. Bolsonaro aproveitou a presença dos empresários para puxá-los para uma caravana, a pé, ao Supremo Tribunal Federal, para pressionar pela flexibilização do isolamento, embora o seu desejo mesmo seja acabar inteiramente com esse. 
Não tiveram coragem de recusar, até porque conseguiram o que queriam, mas a um preço excessivamente elevado.
Bolsonaro empunha a bandeira da salvação de milhões de empregos e da economia, como um todo, ainda que isso significa mandar para o sacrifício, milhares de pessoas, contaminadas pelo SAR-COV 2. Por que na conta dele, seria a salvação de 10 milhões de trabalhadores que, desempregados, iriam morrer do fome, contra 10.000 mortos pela COVID 19. 
Esses seriam danos colaterais inevitáveis de uma guerra.
São números discutíveis, mas que Bolsonaro usa para manter uma liderança sobre parte da população. 

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