Estamos assistindo entre atonitos e indignados, o renascimento da velha política, com descarados movimentos do "troca-troca" de cargos e verbas.
A velha politica tem como base a legitima eleição entre 300 a 400 deputados federais, veteranos ou novos, representando interesses comunitários ou corporativos. São mais despachantes desses interesses junto ao Governo Federal, do que legisladores.
E preciso reconhecer, preliminarmente, que eles estão no Congresso legal e legitimamente eleitos e representado o povo, ainda que apenas "o seu povo".
Quando o Executivo depende pouco do Legislativo, dispensa o apoio desse grupo. Quando tem projetos próprios, que considera essenciais, depende deles para aprovar, dentro do Congresso.
Ou quando está em risco, seja por conta de pautas bombas, criação de CPIs para fiscalização de ações governamentais ou até de processos de impeachment, precisa desse grupo. Como está ocorrendo atualmente.
Como despachantes a sua principal prioridade de atuação é obter verbas e serviços públicos federais para atendimento aos seus eleitores. A disputa por cargos tem por objetivo principal a administração dessas verbas e serviços.
Como são eleitos estadualmente, com redutos locais ou regionais, defendem prioritariamente interesses comunitários em detrimento dos interesses nacionais.
Um segundo grupo é eleito com base na defesa de interesses corporativos, sendo os mais fortes o dos servidores públicos. Para manter os seus cargos, remuneração e benefícios, ainda que em detrimento dos interesses nacionais.
É preciso transformar o Congresso Nacional, minimizando a participação desses despachantes, com a eleição majoritária de legisladores voltados aos interesses nacionais.
Isso só poderá ser feito, por via democrática, pela eleição de deputados voltados aos interesses nacionais, ainda que segundo visões diferenciadas, representando as diferentes visões do povo brasileiro.
O grande embate político-eleitoral, no campo legislativo, deve ser entre os "legisladores" e os "despachantes".
Enquanto os despachantes forem maioria dentro da Câmara dos Deputados, dispostos a negociar com o Executivo, em troca de cargos e verbas, o quadro político brasileiro não mudará.
A sociedade organizada precisa se mobilizar nacionalmente, seja para apresentar candidatos de índole legislativa, voltados às questões nacionais, como para a conscientização dos eleitores para não serem seduzidos pelas promessas populistas dos candidatos despachantes.
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