terça-feira, 26 de maio de 2020

Bolsonaro e a economia

Jair Bolsonaro não entende, nem quer entender de economia, políticas econômicas, impactos das decisões e ações governamentais na economia, etc. delegando essas decisões e ações quase que inteiramente ao seu Ministro da Economia e parceiro indissolúvel - em função dos seus propósitos - Paulo Guedes. Tem grande afinidade de visão, estruturado em torno da economia liberal. Embora por razões distintas. 
Delega com poucas restrições: interferir na nomeação ou demissão de auxiliares condenados pela "sua turma", sendo o de Marcos Cintra, o mais evidente e atender aos pleitos também da "sua turma", principalmente dos servidores públicos, cujos interesses sempre representou ao longo de toda a sua carreira profissional. Para Guedes esses são os anéis que entrega para salvar os dedos e tudo o mais. 
As suas posições radicais em relação ao combate ao coronavirus, privilegiando o funcionamento da economia, mesmo gerando milhares de mortos, que ele considera danos coleterais, inevitáveis em qualquer guerra, não decorre de fundamentos teóricos da economia, nem das proposições de Paulo Guedes, mas da inspiração do seu mentor explícito, Donald Trump. Mesmo esse tendo abrandado as suas posições, Bolsonaro mantém o radicalismo, por razões pessoais: a necessidade de combater os seus inimigos internos, os Governadores, principalmente os que vê como seus concorrentes em 2022.
A manutenção desse conflito prolonga o tempo de guerra, da paralisia da economia e dos impactos negativos da imagem internacional do Brasil, seja junto aos Governantes dos países mais desenvolvidos - os quais para Bolsonaro são todos inimigos do Brasil - como dos consumidores que querem boicotar produtos oriundos da Amazônia e, principalmente, dos investidores que relutam em aplicar os seus recursos no Brasil.
Sem esses recursos, será difícil concretizar o programa de privatização, desejado por Paulo Guedes, o seu principal pilar para a retomada do funcionamento da economia e do seu crescimento.
Mas Paulo Guedes mantém uma perspectiva otimista, "panglossiana" acreditando que a epidemia será contida antes do final do ano - por razões naturais - que poderá ocorrer a retomada ainda em 2020. 
Está absolutamente convencido, em função das suas idiossincrasias e obsessões, de que em 2021, o Congresso aprovará as reformas estruturais essenciais, como a reforma tributária e a administrativa e que isso fará restabelecer a confiança dos investidores externos. Com isso será possível concretizar as principais privatizações, cujos estudos e trâmites prévios, continuam em andamento. Ainda em 2020 começará a lançar os editais, sendo que alguns poderão se concretizar em 2021, outros ainda no primeiro semestre de 2022. 
Com um ambiente generalizado da economia, retomada da confiança dos agentes econômico e alguns indicadores macroeconômico positivos, tem fé de que o eleitorado brasileiro reelegerá  Jair Bolsonaro e ele, Guedes, terá mais 4 anos para completar a sua pauta liberal e consolidar até 2026, o Brasil, como uma economia liberal.
Com essa visão otimista, não alerta, tampouco pressiona o Presidente, para abrandar o seu radicalismo, dentro da perspectiva de abreviar a reabertura da economia.
Está convicto de que não é necessário, deixando Bolsonaro "livre e solto", na sua guerra contra o isolamento social, imposto pelos seus inimigos Governadores.


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