No início do ano retomamos a causa cívica "Transforma Congresso" que tem como objetivo uma ampla mudança do perfil dos seus integrantes, através do voto.
O diagnóstico foi publicado no livro "Até onde a vista alcança". Estavamos cuidado da sua difusão.
A mudança e transformação que queremos é a redução gradual dos parlamentares que são eleitos como despachantes para defender interesses comunitários ou corporativos, e não os interesses nacionais, em sucessivas eleições. Os parlamentares que propõe e discutem questões nacionais, representando segmentos ideológicos ou programáticos da sociedade, deverão, constituir, pelo menos, 80% dos cargos.
Renovação é necessária, mas não suficiente. Eleger jovens político é bom, mas nada garante que eles sejam cooptados pela velha política. Uma significativa foto de Dida Simões, o brilhante fotógrafo agredido no domingo passado é ilustrativo. Cercando os líderes do "Centrão": Arthur Lira, Agnaldo Ribeiro e Paulinho da Força, vários jovens deputados.
Como o horizonte de tempo para a sua efetivação é outubro de 2022, perdeu prioridade e foi "atropelado", pelo coronavirus.
Mas a crise política gerada pela saída de Sérgio Moro, do Governo, relatando fatos que podem ser caracterizados como crimes do Presidente, os despachantes emergiram à tona, como suporte à manutenção do mandato ora sob risco do Presidente Bolsonaro.
Bolsonaro foi eleito, prometendo combater a tal "velha política", que tem base nos interesses prioritários dos despachantes.
Esses se unem - institucionalmente - em partidos médios, cujas lideranças lhes prometem conseguir do Governo, cargos, serviços públicos e verbas para atender diretamente ao seu eleitorado. Bolsonaro não atendeu a essas lideranças, ou melhor, teve que atender, mas só parcialmente. As emendas parlamentares foram garantidas, cargos menores foram assegurados. Os cargos maiores ficaram fora e as tradicionais lideranças desprestigiadas junto ao Executivo.
Agora, com o mandato em risco, dependendo de votação a seu favor na Câmara dos Deputados, chamou as lideranças do Centrão, para mobilizar os seus quadros de despachantes para garantir os votos.
Essa estratégia só é viável, porque o quadro de despachantes supera 200 deputados, mais que suficiente para barrar a continuidade dos processos de impeachment.
Jair Bolsonaro sempre foi um deputado despachante corporativo e, como Presidente da República, continua sendo como tal. Contrariado a equipe econômica, sempre retira algumas categorias de servidores públicos das restrições.
Toda vez que um Presidente da República fica politicamente enfraquecido, esse recorre aos despachantes. Não está sendo diferente desta vez e só mudará através do voto popular, nas eleições nacionais.
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