Havia um forte movimento entre as classes com mais renda, a favor de mudanças de hábitos alimentares, seja por serem mais saudáveis, como pelo menor impacto sobre o meio ambiente.
No caso do açúcar o objetivo é essencialmente a saúde, para o combate à obesidade. Casos concretos de mortalidade entre os jovens, contaminados pelo SARS-COV2 mostraram que estavam relacionados com a obesidade. Esse se tornou um fator de vulnerabilidade. O avanço territorial da produção da cana de açúcar ainda não sensibiliza os ambientalistas.
Já a proteina animal, em particular a carne vermelha bovina, é o principal alvo dos ambientalistas, seja por razões de saúde, relacionadas com o teor das gorduras, como por emergir como o maior inimigo brasileiro do clima. O imenso rebanho bovino brasileiro seria o principal emissor de gases de efeito estufa e, em função, da demanda nacional e internacional, o principal causador do desmatamento da Amazônia. Os desmatadores derrubariam as árvores, não só para comercializar a madeira, como para abrir as áreas para a pastagem.
Os defensores do clima defendem a contenção pela população mundial da proteina animal oriunda da carne bovina, usando a pandemia da COVID 19 como uma das principais razões. O desmatamento poderia causar a migração de animais silvestres, portadores do vírus para as cidades. Esse receio da população ocorreu, anteriormente, em relação à Zika o que levou a uma caça a macacos.
Mas a análise do histórico do suposto surgimento do vírus na China, indica que a população pobre, na falta de opção, caça e se alimenta de animais silvestres, inclusive morcegos, que são fartamente comercializados nas feiras livres.
Mesmo com a melhoria de renda de grande parte da população chinesa uma grande parte mantém os hábitos de consumir carne de animais silvestres. O esforço do Governo Chinês na produção de carne de porco, assim como a ampla importação de carne de frango e de bovinos, todos com a produção controlada sanitariamente, tem por objetivo substituir o consumo de animais silvestres.
Em outros países mais pobres da Ásia e em grande parte da África, o consumo de animais silvestres é ainda enorme e um grande esforço mundial é de substituir esse consumo por proteina animal de produção sanitariamente controlada.
O Brasil não tem a percepção do problema do consumo da carne de animais silvestres, porque conseguiu contê-la, com medidas restritivas à caça e com a imensa produção de carnes de frango, boi e porco, consegue abastecer a maioria da população. Mas tem uma percepção mais clara da questão da carne vermelha do boi, em função do tamanho do seu rebanho e da preferência da população pelo seu consumo. Se não é maior não é por questões ambientais e de saúde, mas de restrições de renda.
Todo mundo quer usar a pandemia para a defesa de suas teses, mas todas tem "cara e coroa". Não apenas coroa.
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