sábado, 9 de maio de 2020

Fatores psicossociais

O pós-guerra contra o coronavirus será marcado (ou dominado) pelos fatores psicológicos, tanto individuais, como coletivos, podendo-se destacar três deles: mudanças de hábitos, culturais e  traumas.
As mudanças de hábitos são individuais e restrito a grupos de pessoas. Algumas são conjunturais.
As mudanças culturais envolvem conjuntos maiores de pessoas, sendo que algumas abrangerão a quase totalidade da população brasileira, serão estruturais, mudando a prioridade dos valores sociais. 
Os traumas serão individuais, mas poderão ocorrer com um grande número de pessoas, envolvendo o medo com o sofrimento, seja próprio, ou de pessoas muito próximas. A principal decorrência será o aumento do isolamento voluntário. Outra será a rejeição ao transporte coletivo. Mas a maioria da população das grandes cidades não tem outra opção, para distâncias mais longas para irem para o trabalho e outras atividades urbanas. Bicicleta é mais romantismo do que eficácia, em termos de mobilidade urbana. 
Por outro lado, muitos enfrentarão o pós-guerra com o trauma da quarentena. 
O mundo do após "guerra", não será o mesmo de antes, mas mal se consegue avaliar que novo mundo será esse.
Insistimos na visão de guerra, de um guerra mundial,  porque as consequências não são apenas geradas pela pandemia, que são predominantemente de natureza sanitária. As mudanças decorrerão mais das medidas defensivas individuais - as quais somadas se tornam coletivas, de massa - e das medidas governamentais para conter a doença, que trouxeram e trazem grandes danos colaterais de caráter econômico e social.
O principal trauma econômico é de ficar sem renda, nem mesmo para comprar a comida e passar fome. 
As reações serão diversas, não se podendo juntar tudo num pacote só de estatísticas.

O que resultará do "fim da guerra contra o coronavirus" será uma sociedade traumatizada, uma atividade econômica devastada, paralisada em muitos segmentos e um sistema de saúde exausto, em todos os sentidos. 

Mas é preciso viver, cultuar os mortos, mas recompor a vida, restabelecer a atividade econômica, a atividade cultural e outras tantas.

(cont)

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