quarta-feira, 20 de maio de 2020

Nada de novo

Afinal saiu o tal protocolo para o uso da cloroquina. 
Em relação ao seu uso, nada muda. Quem decide é o médico que pode prescrever, exigindo um termo de responsabilidade do paciente. 
O protocolo não tem poder de determinação. É só uma recomendação. Dessa forma mesmo que algum paciente da rede pública exija ou pressione o médico, se esse não quiser, diz ao paciente para buscar outro profissional que se disponha a prescrever. 
A visão do Presidente é de gerar uma pressão para a prescrição, sobre os médicos. Só vai funcionar marginalmente. Vão prescrever apenas aqueles que estão convencidos da eficácia. Ou os preguiçosos. Mas isso já era permitido. Só não estava "protocolizado". Feliz ou infelizmente são poucos.
A maioria prefere ficar com a ciência, com a cautela e com o seu juramento profissional. 
Na rede privada a cloroquina, em diversas combinações, já é usado, mesmo sem o protocolo oficial, baseado em práticas e sob rigoroso acompanhamento do paciente, para a sua imediata suspensão, caso se manifestam os efeitos colaterais.
O principal efeito é de natureza política e eleitoral. É uma jogada de alto risco do Presidente, mas ele gosta disso, ainda que irresponsavelmente coloque em risco centenas ou milhares de vidas. 
Uma outra importante repercussão é de natureza econômica. Prejudica a imagem do país perante os investidores mundiais e pode escassear os recurso privados necessários aos investimentos para a retomada da economia.


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