quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Como transformar uma cidade radiocêntrica em compacta?

As cidades brasileiras, seguindo o modelo feudal, adotaram o modelo radiocêntrico, com um centro único, onde se reunem a a aministração pública, as forças militares e o comércio, espalhando-se horizontalmente ligadas por radiais.
As periferias, inicialmente dedicadas à produção agrícola foram parcialmente tomadas pela indústria mas, principalmente, pela moradia da população de menor renda, trabalhando no centro. Para atender o deslocamento desses trabalhadores foram se desenvolvendo serviços de transporte coletivo.  O meio inicial,  alémas carroças foi o sistema ferroviário suburbano, em torno do qual foram se desenvolvendo subcentro da expansão urbana, polarizada pela estação de passageiros. Posteriormente a expansão horizontal foi promovida pelas rodovias, tanto federais, como as estaduais.
Dois proucessos significativos de caráter estrutural ocorreram, definido a fisionomia geral das grandes capitais brasileiras: o primeiro a expansão urbana, em camadas sucessivas, em  todas as direções, limitadas apenas pelos obstáculos naturais (mar,grandes rios, montanhas), com ligações entre bairros através de uma rede de perimetrais,  aneis completos ou parciais (arcos). De outra parte, a riqueza buscou áreas aprazíveis, desocupadas , nas periferias, para a formação de bairros estritamente residenciais, numa fase inicial e de condomínios fechados, mais recentemente.
Foi uma evolução do tradicional modelo centro-periferia, com a riqueza ocupando o centro, para o modelo cidade-jardim, com a alta renda migrando para essas áreas por eles reservadas para  “morar bem” deslocando-se para locais das atividades produtivas (indústria, comércio, serviços financeiros e gerais) por vias estruturais, sejam as radiais ou permetrais.
A expansão urbana envolveu essas áreas que de periféricas se tornaram intermediárias e as vias estruturais, previstas para os poucos carros da alta renda passaram a ficar congestionadas, com a adoção do ônibus como o principal meio de transporte coletivo, concorrendo no mesmo espaço viário com os carros, cujas frotas aumentaram desmesuradamente, com a popularização de acesso ao automóvel.
Esse éo quadro geral, com pequenas diferenças e especificidades de cada megacidades, sobre as quais as novas propostas são de substancial mudança de concepção. As novas propostas enfatizam dois pontos, diametralmente opostos às anteriores: o uso misto do solo urbano, quebrando a especialização do modelo anterior  (residencia não misturada com outros usos), a compactação da cidade em vários centros, reunindo todas as atividades urbanas, adensada e conectada por sistema de transporte coletivo de massa.
Há um grande consenso entre os urbanistas e da sociedade em relação a esse novo modelo, com duas grandes divergências: o nível de verticalização e adensamento e o meio do transporte coletivo.
Neste último caso, embora haja consenso em relação ao sistema metroviário, o elevado custo do mesmo e as restrições de recursos do setor público levam a escolha de soluções de menor custo, cujos impactos efetivos para o objetivo de mudança do modelo estrutral é menor.
Mas a maior questão em relação ao futuro das cidades é como transformar as cidades estruturadas no modelo centro único e radiais  “hub and spoke”
As novas centralidades podem ser promovidas pelo Poder Público, porém  em geral são desenvolvidas pelo mercado imobiliário, em função de uma demanda por edificações corporativas que são os principais espaços construidos para abrigar o trabalho
Com as cidades ficando baseada em empregos nos serviços, as centralidades, para onde acorrem as pessoas são os locais preferidos pelo mercado imobiliário.
Quais são os impactos dessas preferências na mobilidade urbana?

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