sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Mais médicos: divergência entre a opinião publicada e a não publicada

A mídia difunde a opinião publicada: a opinião dos formadores de opinião, para um público seleto, mais educado, mas uma minoria dentro do conjunto da sociedade.
A opinião publicada é desfavorável ao Programa Mais Médicos. Ela não precisa dos médicos cubanos ou qualquer outro estrangeiro a menos daqueles com os quais vai consultar ou se tratar no exterior. O seu problema maior é com os custos e o atendimento dos planos de saúde.
Já a opinião não publicada, que ainda é a maioria da população brasileira parece ser a favor.
Há uma contradição de fundo na imagem que o Governo quer passar do Brasil. Procura difundir a imagem de que o Brasil já é um pais de classe média. Manipula os indicadores estatísticos para tentar comprovar.
Apesar da melhoria de condições de vida de milhões de brasileiros, a sociedade brasileira ainda é predominantemente pobre e deseducada. E forma o contingentes da opinião não publicada. 
Essa é captada, parcialmente, pelas pesquisas de opinião pública e amplamente nas eleições.
Os marqueteiros do Planalto detetaram uma boa aceitação do programa Mais Médicos, porque a falta do "homem de branco" é uma das maiores aflições do pobre. 
Por isso o Governo insiste tanto na implantação do programa apesar da obstrução dos médicos brasileiros que não vão às periferias e aos grotões, mas não querem médicos estrangeiros atuando no Brasil, em condições diferenciadas.
O Programa não pretende resolver o problema da saúde pública no Brasil, mas assegurar a reeleição de Dilma e a manutenção do PT no poder por mais vários anos.
O diagnóstico é simples: faltam médicos nos grotões, onde nenhum médico brasileiro, formado na medicina tecnológica, quer ir. Mas nesses o eleitorado, em cada uma das comunidades que venha a ser atendida é pequeno. Tem um poder de irradiação, mas limitado.
Já nas periferias das grandes cidades, os médicos não querem ir, porque dadas as distâncias e o congestionamento no trânsito dificultam ou impedem as jornadas múltiplas.
Para não ir, os médicos alegam os riscos da violência, o que é real, mas ampliada, como desculpa, e a falta de condições de trabalho, o que também é real, mas não tão generalizada como mostram. Mas é onde está a maioria do eleitorado.
Um dos maiores problemas de atendimento nessas regiões é que os profissionais não cumprem a sua carga horária. Não são todos, nem a maioria, mas geram os problemas que afetam a imagem do Governo.
Para enfrentar esses problemas e melhorar a percepção da opinião não publicada a estratégia é simples.
Para os grotões são escalados os médicos cubanos, que seriam "curandeiros" formados para atender os pacientes sem a tecnologia de equipamentos ou de medicamentos químicos. 
Para quem não tem nada, um médico, mesmo que falando uma língua atrapalhada é muito. 
Para a periferia das grandes cidades a estratégia é de reverter a resistência dos médicos brasileiros. O objetivo é induzí-los a trabalhar - efetivamente - nas periferias, onde já existe tecnologia, mas faltam recursos humanos.
Esse é o principal alvo, porque é onde há concentração de eleitores.
Um terceiro grupo é formado pelos Prefeitos de pequenas cidades e algumas até médias. É um apoio para que eles possam melhorar a sua imagem perante o eleitorado e, subsequentemente, apoiar a reeleição da Presidente.
Os primeiros resultados de pesquisa de opinião, embora possa estar manipulada, mostra a aceitação da opinião não publicada, o que afeta o conjunto.
O dado real é que a opinião não pulicada apoia o Programa Mais Médicos, ao contrário da opinião publicada. 
O seu objetivo principal é eleitoreiro e, nesse sentido, parece estar dando certo.


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