Embora os puristas não gostem a eleição do segundo turno é semelhante a uma disputa de mercado, sendo esse o dos eleitores.
Cada contendor busca manter o mercado ou a parte que conquistou e ganhar novos.
O menos difícil seria ganhar o mercado que estava com outros contendores que não estarão na disputa final. A principal fatia é o de Marina Silva.
O mais difícil é tirar votos do contendor a seu favor, o que significa no caso, converter o voto em Dilma Rousseff a favor de Aécio Neves e vices-versa.
Dilma não precisa se preocupar em conquistar votos que foram para Aécio. Ele precisa converter votos.
O principal desafio de Aécio é reverter os votos de Dilma no Norte e Nordeste. Mas mesmo no Nordeste há uma distinção entre os eleitores das capitais ou regiões metropolitanas e do interior. Essa questão não é exclusiva no Norte-Nordeste, mas ocorreu também em Minas Gerais.
O ponto forte de Dilma nas regiões metropolitanas é também os programas sociais atendendo às populações mais pobres, moradores das favelas e outras comunidades.
Nas regiões periféricas o programa Mais Médicos e o Minha Casa, Minha Vida ajudaram a sustentar os votos, contrapondo-se à classe média que votou favoravelmente aos opositores.
Nas regiões mais centrais das regiões metropolitanas, inclusive do Nordeste, o Mais Médicos teve menor impacto e o Minha Casa, Minha Vida para a faixa 1 (a que vai de 0 a 3 SM) pouco avançou em função dos altos valores dos terrenos. Acabou concentrado em cidades menores e nos municipios periféricos das regiões metropolitanas.
Não atendeu às demandas principais e maiores mas acabou tendo impacto para os favorecidos. Pode ser avaliado em torno de 3 milhões de eleitores, o que é relativamente pouco, considerando os 44 milhões de eleitores de Dilma.
O seu principal ponto fraco está nos serviços de saúde, nas áreas de maior demanda, seguida dos problemas de mobilidade urbana.
A campanha de Dilma quer contrapor os pobres contra os ricos, mas essa colocação enfrenta uma contradição.
O objetivo de eliminar a pobreza faz com que ex-pobre passem a ser a nova classe média, mais próxima dos ricos do que dos pobres.
Os que permanecem na pobreza, priorizam os benefícios diretos do Governo, como o Bolsa Família e as pensões do LOAS, mas aqueles que ascenderam economicamente, aproveitando aos oportunidades geradas por esses programas querem continuar a sua trajetória de ascensão econômica e querem ser ricos.
A campanha do PT procura contrapor os pobres do Bolsa Família contra a elite rica. Mas à medida que promove o enriquecimento perde votos. É o que mostram as pesquisas.
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