A campanha presidencial produziu um aclaramento de dois projetos para o Brasil, cada qual com uma política econômica própria.
O modelo nacional desenvolvimentista que parecia estrar morto e enterrado, na prática, foi ressuscitado por Dilma, mas o resultado foi pífio.
A economia não cresceu, mas manteve um quase "pleno emprego" pelos ajustes que a própria economia promoveu, a inflação ainda está sob controle, mas no limite superior e as contas externas pioraram significativamente.
Embora combata o retorno ao modelo "ortodoxo", mais por razões eleitorais do que por convicção, se eleita, ela terá que voltar àquele. O retorno não será ao Governo FHC, mas ao primeiro mandato de Lula, conduzido por Antonio Palocci.
A gestão da economia, segundo os preceitos "néo-liberais" restabeleceu a confiança dos agentes econômicos privados, o Brasil "voltou a caminhar" e até enfrentou galhardamente uma crise mundial, muito mais grave que a atual. Essa é usada como desculpa pelo Governo pelos maus resultados da economia, mas o fato real é que o remédio agravou a doença.
Quem não tem Palocci caça com Wagner. Ele tem boa capacidade de interlocução com os empresários.
O que ela irá mudar na gestão da economia?
Por outro lado, se Aécio for eleito, com Armínio Fraga no Ministério da Fazenda, não poderá simplesmente desmontar alguns dos principais pilares do néo-desenvolvimentismo: a política industrial.
Pode fazer de imediato o propalado "choque de gestão", com a redução no número de Ministérios, e do quadro de cargos em comissão. Porém os efeitos orçamentários e de curto prazo dessas medidas é reduzida.
O que pode fazer de imediato, até se antecipando, antes da posse, é a revisão dos conceitos e diretrizes das concessões e das PPPs: reduzindo a interferência e o comando governamental.
Mas terá dificuldades, pois os radicais do PT não aceitam.
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