segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Uma vingança doída

Mariana Silva vingou-se ontem bem no estilo dela. Não foi uma vingança maligna, porque ela não é má, mas é e sempre foi muito dura. É muito emotiva e ficou extremamente magoada com os seus ex-companheiros, principalmente com o seu segundo grande e maior mentor: Lula. (o primeiro foi Chico Mendes). Sabe machucar, por atingir os pontos fracos do adversário.

A oportunidade surgiu com a carta de Aécio aceitando as suas sugestões. Ela mesmo fez questão de esclarecer, afastando as maledicências dos adversários e da mídia, de que se tratavam de exigências. Podem até terem sido, mas Aécio, com bom mineiro, tirou de letra e ela devolveu na mesma moeda. Um lance da "velha política", mas que funcionou.

Falando de forma suave, até titubeante, sem exaltação, mas com a firmeza no conteúdo deu o seu recado.

Ela aproveitou para comparar a situação atual com 2002, a oportunidade de alternância de poder, de Aécio com Lula, o PSDB com o PT, todos daquele tempo, não do atual. Finalmente transformou a carta de Aécio na nova carta aos brasileiros. O de Lula foi dirigida aos empresários e ao mercado temeroso com a sua eleição. Agora a de Aécio foi transformado em carta ao povo brasileiro. Não foi uma carta para a Marina. Foi uma carta aos eleitores. Uma bela assistência de Aécio que Marina completou para o gol.

Manteve a sua coerência, e atingiu Lula no ponto mais sensível do seu corpo. Ele sabe bem qual foi. Depois desse lance ele pode se retirar da política porque se tentar se candidatar de novo, seja em 2018 ou 2019 ou qualquer outro ano, terá Marina como adversária que ele não vai conseguir derrotar. 

A declaração de Marina não derruba apenas a sua desafeta Dilma, que teve uma péssima conduta ética com ela Marina, mas o seu principal alvo foi Lula assim como os velhos companheiros que se uniram para magoá-la. 

Foi seguramente uma vingança benigna, mas muito doida.


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