Em uma reunião com pequenos e médios empresários, todos acima dos 60, dirigentes de associação empresarial, o desânimo era generalizado. O grande receio era ter as contas bancárias bloqueadas, o acumulo de pendências trabalhistas e agora de dano moral. Se os problemas são tantos, porque continuar? Alguns já haviam desistido, passando a serem apenas investidores e não mais dirigentes empresariais. Outros por teimosia, ou até por falta de opções.
As entidades empresariais estão envelhecidas com dirigentes de mais idade, sem capacidade de mobilizar os mais jovens.
Estariam os jovens empresários preocupados apenas com a rentabilidade imediata dos seus negócios, sem atentar para a acumulação de passivos trabalhistas e de outras ações? Não estariam correndo riscos demasiados em relação aos planejamentos tributários e previdenciários? Ou será que mesmo percebendo estão "empurrando para frente", acreditando que no futuro tudo se resolverá?
Para os pequenos e médios empresários com mais idade e maior tempo de existência da sua empresa, o futuro já chegou. E com ele o relativo sucesso, mas também a realização dos passivos que foram sendo adiados.
Alguns já superaram essa fase, com o crescimento da empresa e diminuição relativa das pendências. Outros já repassaram a sua empresa a terceiros.
Porém todos os dirigentes associativos mantém a preocupação com a falta de interesse dos jovens empresários para se mobilizarem no sentido de alterar as condições que cerceiam o ambiente empresarial.
Os mais jovens, muitos deles filhos de empresários foram às ruas para protestar. Alguns mais radicais até "para quebrar".
Daqui a pouco quando assumirem as empresas que seus pais criaram, como vão se comportar?
Outros, com espírito empresarial, podem começar o seu próprio negócio.
O comportamento de independência os leva não se sujeitar a serem empregados, ou em sendo, aceitar as condições de mando dos empregadores e dos chefes. Seriam aqueles que nas empresas, em qualquer admoestação mais forte, logo entrarão com processo por assédio moral.
Tornados empresários irão para as associações empresariais para seguir nas lutas, contra a corrupção, contra os gastos desnecessários, contra a má qualidade da educação e da saúde, pelos quais foram às ruas?
Já chegarão desanimados achando que a luta é inútil?
Ou irão continuar as lutas, mas não aceitando a liderança dos mais "velhos"?
Os "sessentões" de 2014 que viraram empresários, por iniciativa própria, são os rebeldes de 68 que mudaram o mundo.
Como estarão os jovens de 2013 que foram às ruas em 2022 (ano do bicentenário da independência brasileira) ou em 2040, o novo marco preferido dos planejadores a longo prazo?
O que terá capacidade de afetar o coração e mente desses jovens a favor de uma efetiva reforma politica e outras reformas estruturais?
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