Planejar para o longo prazo não quer dizer que deve se esperar para perceber melhor o futuro para se tomar as decisões, dadas as incertezas.
Planejar não quer dizer diagnóstico, tampouco prognóstico, embora isso sejam elementos importantes, mas subsidiários, não principal como costuma ocorrer na elaboração de planos.
Ao participar de mais um evento sobre o que será a daqui a 25 anos, promovido pelo SINAENCO, dessa vez Recife, deparo com diversos pensares sobre a cidade no futuro, sendo o principal RECIFE 500 ANOS, em processo pela Prefeitura Municipal, tendo em vista o cinquentenário da cidade em 2037, um anos antes dos 25 anos considerados pelo SINAENCO e 3 antes do novo marco comum de vários planos municipais: 2040.
Mais uma vez se começa por um amplo diagnóstico, porque cada grupo ou autoridade que se dispõe a planejar quer conhecer melhor a realidade, mesmo que já exista uma profusão de diagnósticos anteriores.
A atividade é necessária, mas não deveria ocupar mais do que dois meses.
O fundamental do planejamento é a decisão antecipada. E as decisões são das autoridades. No caso do Prefeito e dos vereadores, os eleitos pelo povo.
Um plano promovido pela Prefeitura Municipal não pode ser um plano de intenções, mas tem que ser um plano de decisões. Decisões de autoridade, que é também o responsável.
Para evitar a confusão entre autoridade e autoritarismo, os elaboradores dos planos tem recorrido ao processo do planejamento participativo, que tem sentido para decisões de efeitos de curto prazo, mas não para estratégias de alcance de longo prazo quando se tem um horizonte mais largo, como 2037 ou 2040.
Um planejamento de longo prazo significa a tomada de decisões hoje, com efeitos para o depois de amanhã, passando por amanhã.
Significa, por exemplo, uma decisão sobre investir (ou não) numa linha metroviária, avaliando o seu impacto ao longo dos próximos anos. O curto, médio ou longo prazo se referem aos impactos previsíveis ou supostos, ao longo desses períodos.
A outra visão é da configuração que se objetiva para a data-marco, como o 2040 e definir o que precisa ser feito agora. Ou seja, a partir da cidade que queremos o que é preciso decidir agora.
Definir a cidade que queremos, sem as decisões, é um exercício de utopia, de sonhos, mas não planejamento.
Planejamento é instrumento do processo decisório: é decidir antes, e adotar as medidas necessárias para implementar as decisões.
Planejar não é definir intenções, mas tomar decisões, correndo riscos.
A perspectiva pragmática parte do que podemos decidir hoje e avaliar o seu impacto ao longo de muitos anos. O curto, médio ou longo prazo são o tempo medido a partir de hoje.
Ver o que não é mostrado - Enxergar o que está mostrado Ler o que não está escrito Ouvir o que não é dito - Entender o que está escrito ou dito
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Lula, meio livre
Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...
-
Carlos Lessa - ex presidente BNDES As políticas públicas verticais focam partes ou setores específicos da economia, tendo como objetivo ...
-
Paralelo 16 é uma linha geográfica que "corta" o Brasil ao meio. Passa por Brasília. Para o agronegócio significa a linha divi...
-
A agropecuária brasileira é - sem dúvida - uma pujança, ainda pouco reconhecida pela "cultura urbana". Com um grande potencial de ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário