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domingo, 6 de outubro de 2013
Um contragolpe estratégico
Dilma Rousseff vinha com uma perspectiva tranquila de reeleição, baseada nos votos dos eleitorado pobre que o PT beneficia com os programas sociais, mas dois fatos abalaram a sua posição: o recrudescimento da inflação, e em seguida grandes manifestações nas ruas das principais cidades, iniciadas por jovens indignados, mas que mobilizaram a classe média urbana.
Só que no meio dessas manifestações o povo encontrou em Marina Silva, petista que deixou o partido e nas últimas eleições de 2010 alcançou quase 20 milhões de votos.
Ao se tornar uma alternativa à eleição presidencial, colocando em risco a reeleição de Dilma foi vista como inimiga do PT e este agiu para inviabilizar a sua candidatura.
Aproveitando-se do amadorismo da montagem do seu partido, manobrou para que os cartórios eleitorais retivessem a confirmação dos apoiamentos e conseguiu que a Justiça Eleitoral inaceitasse, com base em argumentos burocráticos e legais, o registro do seu novo partido.
Foi um "golpe" para tirá-la do jogo ou ficar enfraquecida.
Ela ficou com duas opções básicas: filiar-se a outro partido para manter a sua candidatura à Presidência, no caso, preferencialmente o PPS, ou desistir da candidatura, mantendo um coerência programática e seguir na luta pela legalização do seu seu partido, tornado clandestino.
Essa era a expectativa do PT, tirando-a da disputa eleitoral, de forma a não atrapalhar a reeleição de Rousseff.
Mas, surpreendentemente, ela adotou uma terceira via, mais ameaçadora para Dilma: aliou-se a Eduardo Campos.
Até há pouco integrante da base aliada, mas que dissentiu do PT e pretende ser uma alternativa à dicotomia PT x PSDB.
Ela embaralhou inteiramente o quadro da disputa eleitoral, mas foi um lance estratégico de contra golpe aos movimentos do PT para inviabilizar a sua candidatura.
Não será mais candidata à Presidência, mas fortalece uma candidatura alternativa.
Fez exatamente o que o PT não queria e não desejava. Ficar fora do jogo.
Lula disse que está no jogo. Ela também
Tratada como "inimiga" do PT deu o troco.
Mas o jogo continua e ainda há exatamente um ano para as eleições.
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