sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Vão ficar prontos?

Os estádios para a Copa 2014 vão ficar prontos?
Dentro dos prazos programados não. Para a Copa, provavelmente.
O prazo estipulado e comprometido com a FIFA é dezembro de 2013, mas a própria entidade já percebeu que as promessas de prazos brasileiras tem uma interpretação elástica. 
Chegar até 10 minutos após o horário aprazado para um compromisso de negócio não é considerado atraso. Para compromissos pessoais, 30 minutos é o normal. Se for uma festa marque para uma hora antes, pelo menos, e espere os convidados chegarem depois de uma hora.
Para os brasileiros, uma conclusão de uma grande obra aprazada para o fim de dezembro de 2013 significa que poderá entregar até o final de março de 2014, para os males da úlcera de Jèrome Valcker e dos patrocinadores.
Dos doze estádios, seis ficaram prontos para a Copa das Confederações e já vem recebendo jogos. O de Brasília terá que parar para refazer o gramado. Os demais já estão aptos, requerendo, se necessário, pequenos ajustes. 
Dos seis ainda em obras, apenas um está com ritmo satisfatório, e sem percalços, para entregar no prazo, apesar de ter sido o último a iniciar as obras: Natal. Teria seguido o modelo internacional de gastar mais tempo com o projeto e depois executar as obras com tudo planejado e sem percalços. Teria também assegurado o fluxo financeiro, mediante uma PPP com uma principais construtoras brasileiras, com suficiente fôlego financeiro para desenvolver a obra com continuidade.
Os estádio do Internacional, em Porto Alegre e o do Corinthians, em São Paulo, está praticamente prontos. Não há problemas de engenharia para cumprir os prazos. No caso de Porto Alegre, haveriam ainda problemas contratuais com a construtora, porém sanáveis a tempo, para a entrega, possivelmente em dezembro, mas provavelmente com mais algum tempo para os acabamentos no entorno. Esses seriam de responsabilidade da Prefeitura.
O Itaquerão está praticamente pronto e a parte do Corinthians estará pronta, até o final de dezembro, apesar de não ter recebido, até agora o financiamento do BNDES. Não seria essencial para concluir as obras, nem os empreendedores querem, porque junto com o dinheiro do BNDES chegam os auditores do TCU com poderes de mandar suspender as obras. Ademais o BNDES está no "olho do furacão" com o fracasso da estratégia de promover os "campeões". É até prudente o Corinthians, um verdadeiro campeão, entrar no rol dos fracassados como o Grupo X, a OI e outras. O financiamento, provavelmente, só sairá no ano fiscal de 2014. 
Mas o estádio para a abertura não estará pronto até o final de dezembro: faltarão as arquibancadas adicionais.
O estádio de Manaus deverá ficar pronto, ultrapassando um pouco o prazo, mas não sem sofrimentos e sustos.  O ritmo de execução ainda é insatisfatório, segundo o levantamento feito pelo Portal 2014. E ainda há problemas de  natureza financeira e de eventuais irregularidades contratuais. Provavelmente o governo manauara terá que utilizar verbas orçamentárias de 2014. Mas não há impasses, com os órgãos de controle.
Dois estádio estão enfrentando impasses que poderão levar a atrasos maiores do que o tempo de prorrogação normal.
Vão para os pênaltis e, como costumam dizer os cronistas futebolísticos é uma loteria. Os governos não podem desperdiçar nenhum dos chutes.
O Governo do Mato Grosso enfrenta três problemas simultâneos para concluir a Arena Pantanal: insuficiência de recursos orçamentários para enfrentar as duas grandes obras com o qual se comprometeu: o estádio e o VLT; a baixa capacidade de suporte de atrasos financeiros das construtoras contratadas, sendo uma das participantes do consórcio já "quebrou" e teve que sair do jogo e as sucessivas paralisações por conta de supostas irregularidades.
A Arena da Baixada enfrenta um impasse econômico, com uma pendência sobre os valores de participação pública no estádio. Ademais o ritmo de execução está baixo. Juntamente com a Arena Pantanal serão os entregues com maior atraso e ainda irão requerer um esforço concentrado dos governos para "não passar vergonha". Mas no caso de Curitiba há ainda uma disputa eleitoral, com interesse do Governo Federal em colocar a culpa no Governo Estadual.
O estádio é privado, mas o embate é público.




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